segunda-feira, 27 de maio de 2013

Na Finlândia, a profissão de professor é valorizada

Para quem não sabe, atuo como professora da Prefeitura Municipal de São Paulo. 
Os docentes entraram em greve nas últimas semanas, lutando por melhorias nas condições de trabalho (menor quantidade de alunos em sala de aula, apoio ao ensino com crianças especiais etc.) e um reajuste digno no salário (o atual prefeito ofereceu 3,68% por ano, de reajuste). Depois de muitas negociações, poucas conquistas conseguimos e vencidos pelo cansaço, os professores voltaram às suas escolas nesta segunda-feira.
Li esta reportagem sobre a educação da Finlândia hoje e gostaria de compartilhar com vocês. Já tinha conhecimento que a Finlândia tem um dos melhores índices educacionais do mundo, mas a novidade pra mim é que, para eles, a qualidade está centrada no professor. Nossa utopia!
Que um dia nosso governantes tenham esta consciência e que, independente de partido político ou disputa partidária, a educação deve estar acima de todas as coisas, assim como o exemplo da Finlândia.
Quem sabe um dia, sejamos todos nós os vencedores pelo cansaço?!
Que a esperança e a luta nunca terminem...

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No país que está entre os melhores em rankings de educação, docentes dão aula em só uma escola e têm liberdade de avaliar 

 

Na análise de quaisquer que sejam os rankings de educação, é praticamente certo que a Finlândia - país nórdico de cerca de 5 milhões de habitantes (mesma quantidade de alunos da rede estadual de São Paulo) - esteja presente nas primeiras posições. Por ter um dos melhores sistemas de ensino do mundo, representantes do Ministério da Educação do país foram convidados a vir a São Paulo para detalhar o modelo que pode servir de inspiração ao Brasil. O evento foi promovido pelo Colégio Rio Branco e pela Embaixada da Finlândia.
Em entrevista ao Estado, Jaana Palojärvi, diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, disse que a principal "receita do sucesso" tem a ver com o trabalho do professor, cuja profissão é valorizada e muitos jovens querem segui-la.
A valorização da carreira dentro da própria sociedade foi observado pela educadora Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco, que visitou o país em duas ocasiões. "Mesmo não sendo um dos mais altos salários pagos em comparação com outros países europeus, lá o professor tem um prestígio social. Isso é evidente", fala Esther.
Ao observar o ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2009 - realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) -, o país ficou na 3ª melhor posição, entre mais de 65 países. O Brasil acumulou a 53º posição.
O que mais chama atenção no seu modelo educacional, é a descentralização administrativa das escolas - professor tem poder para remodelar o currículo de seu grupo de alunos -, há pouco dever de casa e as crianças não são expostas a quantidades excessivas de conteúdo. Uma realidade bastante distinta de países asiáticos como Coreia, líder do Pisa. O sistema coreano é reconhecido por exigir bastante dos alunos na escola e fora dela.
Na Finlândia, manter um ambiente propício à aprendizagem, tendo o professor como figura central desse processo é o principal foco do Estado, que financia completamente o ensino básico.

O Estado de S. Paulo - É fácil ser professor na Finlândia?
Jaana Palojärvi - É das profissões mais populares no país. Por isso, nos preocupamos em selecionar bem os profissionais. Apenas 10% dos candidatos que pretendem entrar na universidade para serem professores conseguem fazer o curso. E não se pode ser professor na Finlândia sem ter mestrado.

 No Brasil há déficit de professores de Química, Física e Matemática. Faltam esses profissionais na Finlândia?
Nossa situação é diferente. É fácil para nós termos professores, pela grande procura. Só em Matemática é um pouco mais difícil.

Professor em seu país dá aula em mais de uma escola?
Sabemos que os professores brasileiros fazem isso, mas não na Finlândia. Lá, o docente dá aula em apenas uma escola. Geralmente fica com o mesmo grupo de alunos, acompanhando-os por cerca de 6 anos.

Qual o salário médio dos docentes?
Eles não são nem mal pagos nem tão bem pagos. O salarial inicial de professor de ensino fundamental é de cerca de € 3.000 (R$ 7.860) por mês.

Qual é o tamanho da carga horária nas escolas finlandesas?
Temos uma das cargas horárias mais curtas do mundo. Nos anos iniciais do ensino fundamental, por exemplo, os estudantes ficam entre 3 e 4 horas na escola apenas.

Então, eles levam muito dever escolar para casa?
Nós não somos muito defensores da tarefa de casa. A quantidade que passamos para os nossos alunos é baixa. É um sistema diferente de países asiáticos, que passam muita tarefa.

Como são feitas as avaliações?
Na educação básica não temos uma avaliação nacional. Em cada sala, o professor é quem decide como avaliar seus alunos. Não acreditamos muito em testes e controle, focamos mais no aprendizado. Temos um sistema bem descentralizado.

No Brasil, o currículo do ensino médio está sendo repensado. A ideia é enxugar a quantidade de disciplinas que podem chegar a 13. Como é o currículo na Finlândia?
Atualmente estamos reformulando o nosso currículo para distribuir melhor os horários de aulas na educação básica. Estamos colocando especial atenção à disciplina de Artes. Queremos impulsionar cada vez mais a criatividade das nossas crianças. 

Quem define o currículo?
À nível nacional, desenhamos apenas o esqueleto. É no nível da escola que são definidos as especificidades. Algumas escolas por exemplo, tem um perfi que dá mais destaque a aulas de música, por exemplo. As escolas podem incluir cursos extras à seu critério.  

E como a tecnologia é utilizada no aprendizado?
Existem escolas que trabalham bastante com a tecnologia aplicada à educação e outras que nem tanto. Mas no geral, as escolas finlandensas estão mais interessadas no processo não no meio. Não importa se os professores utilizam papel ou aparelhos tecnológicos. O mais importante é a qualidade do aprendizado.   

Com que idade os alunos finlandeses aprendem a ler?
Nós não esperamos que aprendam a ler antes dos 7 ou 8 anos. As crianças precisam ser crianças.

No Brasil, há críticas quanto a descontinuidade de políticas públicas. Esse problema é enfrentado pela Finlândia?
No início da década de 70 conluimos um intenso debate sobre mudanças no nosso sistema educacional. FOi uma revolução. Mas depois disso, não importa se o governo é de direita ou de esquerda, não foram modificadas até hoje as bases dessa mudança.

No País, existem professores queixam de excesso de alunos por sala. Algumas turmas chegam a ter mais de 40 alunos. Qual é a situação da Finlândia?
Temos menos de 20 estudantes por sala nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos outros níveis da educação básica o número não ultrapassa 25 estudante. Nós nos preocupamos bastante com classes com muitos alunos. Sempre incentivamos escolas localizadas em grandes cidades com grande quantidade de alunos a reduzirem o número de estudantes por sala.

Qual a grande mensagem que a Finlândia pode oferecer ao Brasil?
A qualidade e a equidade são os pontos mais importantes. Independentemente da cidade e do bairro em que estejam localizadas as escolas, elas devem oferecer uma boa educação para todos os alunos. Isso é fundamental.


Fonte:  http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,na-finlandia-a-profissao-de-professor-e-valorizada-,1035943,0.htm

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Jogo da Unesp melhora notas baixas de alunos do ensino médio em 51%

 Jogo da Unesp ensina disciplinas de exatas a alunos de escola pública de Araraquara (Foto: Adriano Ferreira / EPTV)

 

Eu adoro as postagens da Isadora, do Diário de Classe do Facebook. 
Dentre uma leitura e outra, encontrei um link, no qual ela recomendava uma matéria para leitura. Interessantíssimo! E é da Unesp, sou supeita! rsrs
Espero que gostem...

 

400 estudantes foram acompanhados durante dois anos por pesquisadores. Conteúdo interativo tornou o aprendizado mais interessante para os jovens.

 

Um projeto da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara (SP) acompanhou durante dois anos 400 estudantes do ensino médio da Escola Estadual Bento de Abreu (Eeba) e conseguiu melhorar em 51% as notas baixas dos alunos. O conteúdo interativo tornou o aprendizado mais interessante e mesmo aqueles que já tinham boas notas  aumentaram o desempenho em 13%.
A tecnologia veio para tirar o medo que algumas matérias causam nos alunos. Com a ajuda de notebook, os alunos aprendem matemática e física. Os exercícios foram desenvolvidos pelos pesquisadores.
O professor de didática da Unesp Sílvio Fiscarelli disse que uma pesquisa mostrou que houve uma melhora de 30% no rendimento de todos os estudantes com a nova maneira de aprender. “Isso em média, porque nos alunos que já tiram nota maior que cinco, esse desempenho foi de apenas 13%, enquanto nos alunos que têm nota abaixo de cinco o desempenho chegou a 51%”, explicou.

Para ele, a maneira diferente de aprender complicados conceitos facilita o aprendizado. Um jogo que envolve conceitos matemáticos no notebook, por exemplo, tem o objetivo de trocar o máximo de vezes combinações de roupas sem repetir as mesmas peças em uma boneca, com isso, os alunos aprendem a matéria de análise combinatória.
“O estudante vai arranjar aqueles elementos de uma forma característica dentro do conceito matemático daquilo, jogando e brincando”, afirmou a professora de matemática Maria Helena Bizelli.
Na matéria de física, descobrir a velocidade dos elétrons parece até brincadeira. Uma história em quadrinhos explica sobre transferência de calor e ensina a calcular a temperatura correta do café e do leite por meio de um desafio. Se o número for digitado errado, o aluno pode queimar a boca da personagem do jogo.
“A questão da interatividade é importante, os exercícios no notebook justamente aumentam essa interatividade do aluno e dele próprio buscar o conhecimento O aluno constrói seu conhecimento, em vez de só ouvir a informação e assimilar”, ressaltou Silvio Fiscarelli.
Para Alcenir dos Santos, professora da escola estadual, trabalhar com a tecnologia também é um desafio para os professores que precisam se reinventar dentro de sala de aula. “Vamos ter que aprender juntos, eles nos ensinando a tecnologia e a gente os orientando a aprender o conteúdo”, explicou.

Novas possibilidades
Muitos estudantes descobriram um novo mundo de possibilidades. “Tudo o que fosse exatas eu tentava fugir o máximo que eu pudesse, agora já dá”, disse Liniker Barros, aluno do projeto.
A estudante Letícia Polezzi, que não gosta de exatas, passou a se interessar mais por física. “Eu pensava que era um bicho de sete cabeças, mas comecei a pegar gosto e com o projeto do ano passado, aprofundei e gostei“, contou.
Ir à escola e ficar na frente do computador não será problema para esta geração conectada. “A tecnologia é muito importante, porque assim os alunos vão dar mais incentivo à matéria, vão querer estudar mais. Se o aluno fica o dia inteiro em casa no computador, na escola ele também pode ficar um pouquinho sem problemas” afirmou a aluna, Thaís Machado.
História em quadrinhos explica sobre transferência de calor em jogo da Unesp Araraquara (Foto: Adriano Ferreira / EPTV) 

 História em quadrinhos explica sobre transferência de calor em jogo da Unesp







 fonte: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2013/04/projeto-da-unesp-melhora-51-notas-baixas-de-alunos-do-ensino-medio.html